O câncer do colo do útero, é causado pela infecção por alguns tipos (chamados oncogênicos) do Papilomavírus Humano – HPV. A infecção genital por este vírus é muito frequente e não causa doença na maioria das vezes. Entretanto, em alguns casos, podem ocorrer alterações celulares que poderão evoluir para o câncer, que na maioria das vezes estão ligados como aos fatores de risco como tabagismo e infecção pelo HIV, tornam as mulheres expostas ao HPV mais propensas ao aparecimento do câncer de colo do útero. É recomendado que, anualmente as mulheres consultem seu ginecologista para realização do exame preventivo, conhecido como Papanicolau.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de colo de útero é o terceiro tumor mais frequente na população feminina, atrás do câncer de mama e do colorretal, e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. Prova de que o país avançou na sua capacidade de realizar diagnóstico precoce é que na década de 1990, 70% dos casos diagnosticados já estavam no estágio mais avançado da doença.
Sintomas
A maioria das infecções por HPV é assintomática ou inaparente e que regridem rapidamente. Tanto o homem quanto a mulher podem estar infectados pelo vírus sem apresentar sintomas. Cerca de 5% das pessoas infectadas pelo HPV desenvolverá alguma forma de manifestação.
A infecção pode se manifestar de duas formas: clínica e subclínica.
As lesões clínicas se apresentam como verrugas, são tecnicamente denominadas condilomas acuminados e popularmente chamadas “crista de galo”, “figueira” ou “cavalo de crista”. Geralmente, têm aspecto de couve-flor e tamanho variável. Nas mulheres podem aparecer no colo do útero, vagina, vulva, região pubiana, perineal, perianal e ânus. Em homens podem surgir no pênis (normalmente na glande), bolsa escrotal, região pubiana, perianal e ânus. Essas lesões também podem aparecer na boca e na garganta em ambos os sexos.
As infecções subclínicas (não visíveis ao olho nu) podem ser encontradas nos mesmos locais e não apresentam nenhum sintoma ou sinal. No colo do útero são chamadas de Lesões Intra-epiteliais de Baixo Grau/Neoplasia Intra-epitelial grau I (NIC I), que refletem apenas a presença do vírus, e de Lesões Intra-epiteliais de Alto Grau/Neoplasia Intra-epitelial graus II ou III (NIC II ou III), que são as verdadeiras lesões precursoras do câncer do colo do útero.
Prevenção
A principal prevenção é o não contato com o Papilomavírus Humano – HPV. Esse vírus é transmitido através de relações sexuais. O uso de preservativos durante a relação sexual protege parcialmente contra o contágio, que também pode ocorrer através do contato com a pele da vulva, região perineal, perianal e bolsa escrotal.
Outros fatores ligados à imunidade, genética e ao início precoce da atividade sexual e múltiplos parceiros, o tabagismo, infecção pelo HIV e o uso prolongado de pílulas anticoncepcionais, são considerados fatores de risco para o desenvolvimento deste tipo de câncer.
Além do exame preventivo, o Papanicolau, outra medida que deve ser adotada para se evitar o contágio é tomar as três doses da vacina contra o HPV.
Tratamento
Não existe tratamento específico para a eliminação do vírus.
Para o tratamento das lesões clínicas, podem ser usados laser, eletrocauterização, ácido tricloroacético (ATA) e medicamentos que melhoram o sistema de defesa do organismo.
Já para as lesões de baixo grau não oferecem maiores riscos, tendendo a desaparecer mesmo sem tratamento na maioria das mulheres. Recomenda-se a repetição do exame preventivo em seis meses.
Em todo o caso, deve-se realizar uma avaliação com o médico, para que ele direcione a conduta mais adequada em cada caso.