Fumo versus Fertilidade

O fumo é a causa e doença de morte mais previsível do ser humano. Dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer) mostram que 10% dos fumantes chegam a reduzir sua expectativa de vida em 20 anos. Atualmente temos cerca de 1,3 bilhões de fumantes no mundo, sendo que 80% deles vivem em países em desenvolvimento.

Além dos fumantes ativos, que são aqueles que fumam por vontade própria, existem os fumantes passivos, que são aqueles que por estarem próximos a fumantes, acabam inalando a fumaça do cigarro, consequentemente fumando sem vontade própria. Esses fumantes passivos têm como reação as seguintes manifestações: irritação nos olhos, manifestações nasais, tosse, cefaléia, aumento de problemas alérgicos, principalmente das vias respiratórias e aumento dos problemas cardíacos, principalmente elevação da pressão arterial e angina (dor no peito).

No Brasil, dados da Organização Pan-americana de Saúde, apontam para 200 mil mortes anuais devido ao tabagismo.

Os fumantes passivos podem ser calculados em cerca de 2 bilhões, sendo que 700 milhões são crianças. Dessa forma, podemos afirmar que metade da população mundial está exposta, direta ou indiretamente à fumaça do tabaco. Para 2030 a previsão da OMS é que haverá cerca de 1,6 bilhões de fumantes.

Fumo e a Infertilidade Feminina

O fumo traz grandes consequências negativas, principalmente às mulheres. A reserva ovariana diminui e consequentemente a quantidade e qualidade dos óvulos também reduz em pacientes fumantes. Além disso, estão mais propensas a ter menstruação irregular e, até mesmo, ausência de menstruação, dentre outros fatores como:

  • o comprometimento folicular;
  • à alteração nas características fisiológicas tubárias;
  • à alteração nas taxas hormonais;
  • à interferência no processo de produção de gametas
  • à interferência na fertilização;
  • Os abortos espontâneos são mais comuns entre os fumantes
  • números mais baixos de folículos quando estimulados para a fertilização in vitro;
  • à maior dificuldade na implantação do embrião.

Além de provocar inúmeras doenças e o envelhecimento precoce, o cigarro aumenta o risco de que a mulher tenha filhos com problemas cromossômicos e genéticos.

Na gestação, existem outros riscos como:

  • descolamento prematuro da placenta
  • parto prematuro
  • desenvolvimento irregular do bebê

Fertilidade Masculina

Já no homem, o fumo provoca alterações na qualidade do sêmen, ocasionando alterações na morfologia, motilidade e no DNA dos espermatozoides. Em alguns casos, o tabaco causa, até mesmo, a ausência de fertilização.

Nesses casos em que ocorre a fertilização, existe a possibilidade em que o embrião gerado pelo paciente que possui o hábito de fumar, possua alguma alteração, por isso que em alguns casos em que o embrião não implanta é que o mesmo pode ter alguma alteração em que o organismo feminino reconhece que existe algo errado com aquele embrião e o expulsa do organismo, gerando nesse caso ou a não implantação do mesmo, até mesmo o aborto espontâneo.

A (Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva) publicou os seguintes efeitos do cigarro sobre a fertilidade:

O hábito de fumar está associado a um aumento no risco de abortamento (aumenta em até 27%) e gravidez ectópica (gravidez nas tubas).

  • O cigarro na gravidez prejudica a fertilidade do filho homem.
  • Filhos de mães fumantes tem dificuldade no aprendizado escolar.
  • Filhos de pais fumantes tem maior chance de câncer.
  • Mutação genética é um possível mecanismo pelo qual o cigarro pode afetar a fecundidade e a função reprodutiva.
  • Estudos científicos demonstraram que mulheres fumantes necessitam de duas vezes mais tentativas de Fertilização in Vitro que as não fumantes, além de necessitarem nos tratamentos uma quantidade maior de medicamentos.
  • Homens que fumam tem muito mais espermatozóides anormais que os não fumantes e a porcentagem de espermatozóides anormais esta diretamente ligada ao número de cigarros fumados por dia.
  • Fumantes passivos (tanto homens como mulheres) com exposição excessiva ao cigarro também têm maior incidência de todas as alterações descritas acima.

Se você é um fumante e deseja parar de fumar, não hesite, a sua força de vontade o (a) ajudará a parar de fumar. Procure sempre ajuda de um médico especialista para lhe orientar nesta tomada de decisão.